miércoles, 28 de noviembre de 2012

Não há paz sem justiça: pelo fim das ocupações na Palestina

Nos últimos dias o mundo foi surpreendido com mais uma série de notícias sobre as tensões e conflitos em Gaza, entre israelenses e palestinos. Fala-se em morte de civis e militares, promessas de ataques, terrorismo e ataques desproporcionais.

Os contextos políticos e humanitários nos apresentam alguns fatos que devem ser levados em consideração. O território palestino está sob ocupação ilegal do estado de Israel, o que configura um desrespeito às convenções internacionais de Direitos Humanos e às resoluções da ONU. O Estado israelense, via relações desiguais de poder, ocupa o território internacionalmente reconhecido como palestino. Jerusalém Oriental foi anexada ilegalmente ao território de Israel; o muro de segregação (também chamado de muro do apartheid) invade as fronteiras, separando vilas palestinas de suas terras; as colônias ilegais de israelenses crescem dentro dos territórios ocupados, e mais uma série de atos de violência física, psicológica e simbólica é aplicada às(aos) palestinas(os).

Ao falarmos de Gaza, falamos de um território que possui 1,6 milhão de pessoas morando em uma pequena faixa de terra, o que torna aquela área uma das maiores em termos de densidade demográfica no Oriente Médio. Nesta realidade, 38% da população vive abaixo da linha da pobreza. Além disso, o povo palestino está sob um pesado bloqueio econômico que impossibilita a importação e exportação de seus produtos sem o aval do governo de Israel, com o povo que vive nos territórios por sua vez, tendo sua locomoção controlada pelo exército israelense, num burocrático e longo sistema de checkpoints (são postos de controle de entrada e saída de pessoas palestinas no território ocupado por Israel, que compreende ir e vir a partir dos seus critérios de “segurança”), que dificulta as relações de trabalho, o comércio e o desenvolvimento das(os) palestinas(os).

65 anos depois da aprovação da resolução da ONU que definiu as fronteiras do Estado de Israel, o quadro é chocante e assustador.

Diante de tal realidade, nós, da Rede Ecumênica da Juventude (REJU) - uma articulação promovida pelo Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT Brasil), nos colocamos solidárias(os) aos povos que sofrem tais violações sistemáticas de seus direitos e apoiamos iniciativas que estão sendo realizadas no processo de busca de garantias de justiça, como o Fórum Social Mundial Palestina Livre, que se realizará em Porto Alegre (RS) entre os dias 28 de novembro a 1 de dezembro.

A REJU também apoia iniciativas que visibilizam e denunciam as realidades vivenciadas pelo povo palestino, como o Programa Ecumênico de Acompanhamento na Palestina e Israel (PEAPI), promovido, há uma década, pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Este programa consiste no envio de testemunhas oculares internacionais às áreas de conflito com o intuito de, através de sua presença, inibir ações violentas e agilizar o processo de denúncia de casos de violação de direitos humanos dos dois lados envolvidos. O PEAPI é um dos frutos mais marcantes da Década de Superação da Violência, promovida pelo CMI, entre 2001 e 2011, e surgiu como uma resposta concreta do movimento ecumênico global ao documento elaborado por cristãs e cristãos palestinos - chamado Kairós Palestina - que conclama a comunidade internacional a um posicionamento em favor de uma solução pacífica e justa à situação de conflito.

Para a REJU, não será possível discutir a paz verdadeira nesta região sem o fim da ocupação. A Paz da “não guerra” poderá acontecer, mas ela não será Shalom, Salaam, Plenitude de Paz, enquanto não vier acompanhada da justiça. Por isso, somos pelo fim das ocupações na Palestina.

Esta política tem ceifado vidas humanas e produzido feridas(os) nos dois lados do conflito. A necessidade de paz é urgente. Por isso, unimo-nos a milhares de vozes ao redor do mundo que pedem, além do término imediato das ocupações, o fim do embargo econômico israelense contra a Faixa de Gaza, que tem provocado o sufocamento daquela população e o elevado o nível de tensão, atos de violência e consequentes represálias. Rogamos por gestos concretos de respeito mútuo à soberania de cada país e aos direitos de seus habitantes e acreditamos que uma mudança na política de ocupação israelense pode ser um exemplo valioso neste processo de paz.

Rede Ecumênica da Juventude (REJU)

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